quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Gado p'rá rua! .. em Covas do Monte







Na aldeia de Covas do Monte, Concelho de São Pedro do Sul, continuam a dedicar-se à pastorícia e à agricultura - algumas famílias juntam as suas cabras e, rotativamente, fazem o pastoreio colectivo. No contexto do Projecto Criar Raízes são aqui desenvolvidas diversas actividades, tais como os passeios pedestres, os encontros de contadores de histórias, as sessões de cinema e a recuperação do lagar de azeite comunitário. Brevemente irão decorrer encontros entre agricultores e visitantes para a realização conjunta de actividades da agricultura tradicional. Se estiver interessado em participar envie-nos um e-mail / João Gonçalves e Projecto Criar Raízes

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Semear as batatas em Chão Sobral

Na terra previamente preparada, às "Hortas", o Ti'Zé Patrocínio cobre mais um rego semeado de batatas. Este é o processo típico de semear em Chão Sobral.

Semear as batatas nas "Areias" - Seixo de Mira


Com um telemóvel à mão surge a "esperança alinhada". Num dos últimos fins de semana, com o Pedro Lavrador, a sementeira das batatas avança nas "Areias" do Seixo de Mira. Aqui podemos ver um processo de semear em que primeiro se abrem vários "regos", depois as batatas esperam tranquilas, e se cobrem de terra. Esperamos para ver estas batatas a crescer ...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Homenagem aos Castanheiros

Com o Colcurinho aqui tão próximo, cabe também aqui uma justa ...


HOMENAGEM AOS CASTANHEIROS

Aos Nobres do Colcurinho
De mui alta linhagem
Presta este seu vizinho
Mui honrada homenagem


No seu mui largo Senhorio
Terras expostas a norte
E pelo vale sombrio
Souberam só dar-nos sorte!

Nessas mui largas terras
Eram livres as cabradas;
De mui fartos em castanhas
Davam-nas às sacadas!!




Davam-nas todas e a rir!
Sem discriminarem ninguém.
E todos à sua sombra
Se sentiam muito bem ...

Pelos mui altos serviços
Que nos têm prestado,
Nestes larguíssimos anos,
Um mui grande obrigado:




Ao Senhor D. Portelão,
Mui bem barrigudo,
E à mui formosa D. Vermelhinha
Mui anafada em tudo ...

Ao Senhor D. Longal,
Com mui grande chapéu
E à mui honrada Dona Judia
Dona com mui fino véu!

Ao Senhor D. Verdeal,
Que tem cá cada braço!
E à mui bondosa Dona Castia,
Dona com farto regaço!




Vivam os nossos Nobres!!
E viva eu!
Viva o Soito do Colcurinho!
Que bem castanhas nos deu!
Versos de José Ramiro

Lavrar e semear o milho




Imagens (dos anos noventa) da lavra com os bois do Ti'Mário, no "Outeiro das Cavadas", entre o lugar do Colcurinho e o Chão Sobral. Depois de enterrado o estrume passava-se a "grade" - para nivelar a terra, a seguir espalhava-se o milho e era passada novamente a grade.
Vêm a propósito os versos de José Ramiro:
OS VELHOS DO COLCURINHO

O Bom Lavrador

O Ti’ Antoino do Colcurinho
Trazia lá o lavrador.
Não pôde ir o do costume,
Mas foi um irmão, a favor.

Deu o Ti’ Antoino umas bocas,
Sempre da mesma maneira.
Dizia ele mal disposto:
Não anda cá Manel Moreira...

Ouvia isto o José,
Ali atrás do arado,
E começou a deitar o pé
A todo o torrão mal virado.

Reparou o Ti’ Antoino,
Neste cuidado do meu avô,
E diz já satisfeito:
O Manel Moreira já chegou!
in "Histórias, Lendas e Contos do meu Chão" de José Ramiro